Futebol jogado em grandes altitudes

domingo, 10 de abril de 2011


Sempre quando vai rolar Copa América  ocorre à mesma história de que várias seleções não querem jogar em La Paz, pelo motivo de ser muito alta a cidade, fazendo assim, sendo quase impossível de jogar em uma altura como a da cidade, que é de 3.600 metros de altitude ao nível do mar.

Não se trata de desculpas por medo de jogar lá ou então por estar com medo do rival, realmente é de se tirar o fôlego e isso prejudica o andamento do jogo para quem não é acostumado a jogar em altitudes assim. A quantidade de oxigênio presente em La Paz é de 36% menor do que a de um estádio próximo ao nível do mar, como por exemplo, o Maracanã.

Para que os atletas não percam o rendimento, eles deveriam ao menos chegar 30 dias antes do jogo, para acostumarem-se a altitude. Ou então, chegar 120 minutos antes da partida e andar um pouco pelo estádio para não enfrentar os danos durante a partida. Até mesmo os goleiros enfrentam esses danos, não só físicos, mas também na hora de agarrar um chute, pois como a pressão atmosférica é menor, a bola enfrenta menos resistência e mantém sua velocidade por mais tempo, então, se o goleiro levar uma bicuda na cara, tchau nariz.

No nível do mar, o cérebro consome cerca de 20% de oxigênio usado pelo corpo, coordenando todas as atividades do corpo, já em uma altitude com a de La Paz, o atleta pode sentir uma leve euforia, cansaço e diminuição da coordenação motora.

Em relação ao coração, em um jogo no nível do mar, um atleta tem cerca de 150 e 180 batimentos cardíacos, já em altitudes mais altas, o coração bate cerca de 50% mais, fazendo assim, o atleta parar antes ou até desmaiar se ao caso o coração não aguentar o tranco.

Agora o pulmão em atividade em um local próximo ao nível do mar, não passa de 12 transpirações por minuto, já em altitudes maiores como a de La Paz, o pulmão começa a trabalhar 65% mais que o normal.
Em questão dos músculos, normalmente os músculos pegam oxigênio e transforma em energia, em exercícios intensos os músculos produzem ácido láctico. Em altitudes mais altas, ácido láctico é produzido exageradamente e os músculos cansam mais rápidos, por falta de energia.

Em altitudes altas, o sangue fica mais espesso por conta de serem produzidos mais glóbulos vermelhos, pela falta de oxigênio, já que são os glóbulos vermelhos que transportam o oxigênio para as células do corpo.

No Maracanã, por exemplo, uma bola chutada a 100 km/h, perde quase metade de sua velocidade em 20 metros, ficando a 58 km/h. Já em La Paz, a bola não perde tanta velocidade, em um chute de 100 km/h, em 20 metros a bola vai para 69 km/h. Fazendo uma relação meio grotesca ao um estádio de futebol que poderia ser construído ao topo do Everest (8.848 metros), uma bola chutada a 100 km/h, atravessaria o campo em 0,8 segundos e não perderia quase nada de sua velocidade, chegaria ao gol em 81 km/h.

Em questão disso tudo, é sim possível um atleta morrer nessas condições, pois por esses diversos fatos, pode causar um edema cerebral (inchaço no cérebro) ou um edema pulmonar (fluído nos pulmões) no atleta. A FIFA pensa muito em proibir partidas em altitudes como essas, pois países como o Brasil, os atletas não estão preparados a altitudes assim, fazendo assim, tendo uma enorme diferença aos jogadores da cidade, já que estão acostumados a altitudes altas e não tem problemas em questão disso.

Claro que não vão ser todos os jogadores que vão sentir sintomas negativos, em altitudes como essas, é provável que 60% dos jogadores que não estão acostumados apresentarem algum sintoma negativo e não importa idade ou sexo, de uma maneira ou outra, os atletas irão apresentar algum sintoma negativo.

Vitor Neto

0 comentários:

Postar um comentário

 
Blog Etecetera | by TNB Isaque Lima e Ronaldo Lisboa ©2011
>